Psicoterapia – Uma Abordagem Transpessoal

psicoterapia - liberdade

“Os seres humanos são dotados de uma natureza tal que não deveriam apenas possuir bens materiais, mas deveriam antes possuir sustento espiritual. Sem o sustento espiritual, torna-se difícil adquirir e manter a paz de espírito.”
   – Dalai Lama

 

A Psicologia Transpessoal nasceu nos anos 60, como resultado da fusão da psicologia ocidental com os princípios, e sabedoria milenar orientais, numa busca da unidade esquecida pela racionalidade científica moderna.

A abordagem Transpessoal encara o homem como um ser bio-psico-social, espiritual e cósmico, preexistente ao corpo e a ele sobrevivente, propondo uma revisão dos conteúdos da personalidade e do ego essenciais na busca da saúde profunda.

A primeira edição do Journal of Transpersonal Psychologycom, Sutich publicou o publicou:
“Psicologia Transpessoal ou Quarta força é o título dado à uma força que está emergindo no campo da psicologia, por um grupo de psicólogos e profissionais, homens e mulheres de outros campos que estão interessados naquelas capacidades e potencialidades últimas que não têm um lugar sistemático na teoria positivista e behaviorista (“primeira força”) nem na psicanálise clássica (“segunda força”) nem na psicologia humanista (“terceira força”). A Psicologia Transpessoal se relaciona especialmente com o estudo empírico e a implementação das vastas descobertas emergentes das meta-necessidades individuais e da espécie, valores últimos, consciência unitiva, experiências culminantes, valores do ser (being-ser) êxtase, experiência mística, arrebatamento, último sentido, transcendência de si, espírito, unidade, consciência cósmica, vasta sinergia individual e da espécie, encontro supremo, interpessoal, sacralização do cotidiano, fenômeno transcendental, bom humor cósmico, consciência sensorial, responsividade e expressão elevadas ao maximum, conceitos experienciais, e atividades relacionadas. (SUTICH, 1969: ano 1, n°1, 15)”

“A Psicologia Transpessoal tem como objeto de estudo os estados de consciência que transcendem a pessoa além do conceito de ego. É a escola de psicologia que pesquisa num nível científico a espiritualidade. Entretanto, é importante frisar que a Psicologia Transpessoal não é religião, nem parapsicologia, apesar de se interessar e investigar, quando necessário, estes aspectos e contextos da experiência humana.” (SIMÃO, 2010, p. 510)

 

Psicoterapia

O termo psicoterapia deriva do grego (Psiquê ( ψυχη, psykhê, “Alma” e therapeuein – tomar conta, cuidar de, servir, atender) – Terapeuta (originalmente, é serviço de cuidar ) Psicoterapeuta será então aquele que cuida da alma, do “Ser”.

 

O objetivo da psicoterapia é:

  • Restabelecer a qualidade de vida, saúde do ser humano;
  • Investigar as causas que deram origem às dificuldades ou psicopatologia do paciente;
  • Incentivar mudança de vida e desenvolver funcionamento mental do indivíduo,de seus recursos internos e de seus sistemas psíquicos (saúde orgânica, saúde mental, familiar, social, sexual, intelectual, financeiro, profissional, lazer e espiritual).

 

Psicoterapia Transpessoal

“A picoterapia transpessoal é uma forma de tratamento terapêutico, no qual o Ser Humano é analisado através de uma visão que vai além do ego, isto é, além dos aspetos pessoais do ser, abordando-se os aspetos transcendentes, profundos da personalidade humana onde o homem é estudado nos aspetos bio-psíquico-social e espiritual com o objetivo de se trabalhar as causas que originam os conflitos psicológicos do indivíduo.

Na Psicoterapia Transpessoal o indivíduo passa por um processo experiencial, num estado modificado de consciência, no qual ele próprio experiencia de forma global as suas emoções, perceções e cognição.

O estado natural da mente é a ordem, isto é, a harmonia consigo mesma e com o meio ambiente. Quando essa harmonia existe, a mente funciona como uma totalidade, o que resulta no que se chama de saúde mental. Quando existem perturbações e desarmonia, a mente perde o seu estado de unidade fluente e se torna bloqueada, e apresenta aspectos traumáticos que podem resultar em vários distúrbios, tais como, ansiedade, depressão, angústia, fobias, stress, insegurança, impulso suicida, autopunição, autopiedade, complexos de inferioridade, insônia, ciúme exagerado, instabilidade afetiva, sentimentos de rejeição, solidão, abandono, doenças psicossomáticas, a fuga pelas drogas e o alcoolismo, etc. Pode apresentar dificuldades no relacionamento interpessoal.

Para a psicologia transpessoal os conflitos psicológicos são originados através de uma forma egóica de se viver, onde as energias de desamor e desarmonia dão margem a muitas atitudes desequilibradas que culminam com estados de crises psicológicas, através das diferentes manifestações vistas acima.

Vários são os métodos utilizados na prática da Psicoterapia Transpessoal, cujos objetivos é facilitar a pessoa a entrar num nível transpessoal, fato que estará tornando acessível a essa pessoa, o encontro com as manifestações mais profundas de seu inconsciente, com o objetivo de facilitar ao indivíduo sua própria jornada de cura.

As técnicas terapêuticas transpessoais possibilitam ao indivíduo o auto-encontro, onde se busca uma proposta madura de resolução dos conflitos através da transmutação das energias desarmonizadas, desenvolvendo-se o amor que se encontra presente, de forma latente, em cada um de nós. Com esse intuito utilizam-se técnicas de meditação/reflexão, exercícios de relaxamento e visualização, regressão de memória a situações traumáticas vivenciadas no passado, morte do ego e renascimento em essência dentre outras, de modo a proporcionar uma viagem profunda ao interior de si mesmo em busca de um estado de plenitude.

Enfim, o objetivo principal da Psicoterapia Transpessoal é possibilitar que o indivíduo trabalhe em função do seu próprio desenvolvimento, da sua própria mudança pessoal para se tornar um ser mais equilibrado, em paz consigo mesmo e com a sociedade na qual vive, caminhando a partir daí para o processo de auto-aprimoramento o que o levará a plenitude como ser em evolução.”
   – Alírio de Cerqueira Filho

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